À terceira, “foi de vez”. Depois de dois convites para ser diácono – o primeiro, aconteceu há 25 anos –, é que Samuel Sanches, num “contexto e condições” em que não conseguiu dizer que não, aceitou o desafio. Foi durante uma peregrinação a Medjugorje, “no fim de uma via-sacra, no sopé da cruz, no meio de uma confissão…”. Para este empreendedor, que, ao longo da sua vida, criou “algumas empresas e postos de trabalho”, esta “é a hora de agradecimento a Deus, é hora de devolver”. “Sinto que o Senhor me chamou para encher talhas de água”, assegura. “Tenho uma enorme divida de gratidão para com Deus que me acompanhou sempre”, sublinha, ao Jornal VOZ DA VERDADE.
Samuel é casado há 38 anos, tem quatro filhos e seis netos e divide a sua vida em três partes. A primeira, o “primeiro terço”, refere-se ao “tempo da infância, da família, dos irmãos, da alegria de crescer com os pais fantásticos e da vida académica”; depois, o “segundo terço”, refere-se ao tempo em que construiu uma família, “sempre de mãos dadas a Deus e através das Equipas de Nossa Senhora, ao tempo da educação cristã dada aos filhos”; no “último terço do rosário”, “é hora de servir, de não ser apenas um consumista destas graças e bênçãos que fui recebendo ao longo da vida, mas também espalhá-las pelos outros”, descreve este futuro diácono. Apesar de residir em São Pedro do Estoril, foi na paróquia de Alcabideche, devido ao facto de ali se encontrar o seu escritório, que realizou uma parte da sua caminhada em Igreja. “Na semana antes de tomar posse como pároco de Alcabideche, o padre José Paulo fez-me o convite. Senti nele aquele receio expectante de quem vai assumir uma nova responsabilidade e não tem meios para. Ele convida-me e eu disse-lhe que sim”, recorda.
Os dois primeiros anos de formação para o diaconado “foram difíceis”, partilha Samuel Sanches, porque, “ao mesmo tempo, assumimos a responsabilidade na organização no Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora”, que se realizou em Fátima, em 2018. “Só com a ajuda de Deus é que foi possível conciliar o trabalho deste encontro com o estudo do diaconado, e, na oração, fui percebendo que Deus queria as duas coisas”, refere. Da experiência de cinco anos de formação, Samuel destaca o último, quando ficou “espantado com o que se faz de caridade na Diocese de Lisboa”. “Estou, agora, expectante, porque não sei o que vai ser a minha vida, mas, com Deus, assino de cruz uma folha em branco”, afirma.
À Diocese de Lisboa, este futuro diácono permanente promete “esforço e empenho” e sente-se “muito contente em perceber que Jesus aproveita o que fazemos, o pouco que podemos dar, para transfigurar e operar milagres”.
Samuel Sanches
63 anos, Casado
Engenheiro Civil e empresário
Paróquia de Alcabideche