“Não aceitei logo à primeira. Estive uns meses a pensar e comecei a perceber, devagarinho, que Nosso Senhor me tinha chamado e que podia levar aos outros a Palavra, ser instrumento de caridade e de serviço”, começa por contar, ao Jornal VOZ DA VERDADE, Diogo Clemente, da paróquia de Fanhões. Para este reformado, o facto de estar ligado há 16 anos a uma obra social – o Centro Social e Paroquial São Saturnino de Fanhões –, fazem da caridade um dos “pilares” para a missão que vai receber a partir de 12 de setembro. O desafio a pensar no diaconado foi feito através do pároco, padre Tiago Neto, em “conversas informais que se foram tornando cada vez mais formais”, conta. A última, a que deixou Diogo Clemente a pensar mais seriamente se Deus o chamava a ser diácono, deu-se há cinco anos, numa das caminhadas que, por altura da Páscoa, acontecem nas quatro paróquias da Vigararia de Loures-Odivelas a cargo do sacerdote e que procuram “estreitar a ligação” entre os paroquianos.
Diogo Clemente está casado há 43 anos, tem duas filhas e quatro netos. Trabalhou na PT e, atualmente, como reformado, e no que diz respeito aos diferentes serviços na Igreja, partilha que “as coisas acontecem com maior intensidade”. “Tenho procurado, com as minhas fragilidades, ser digno deste chamamento”, assegura.
Sobre o percurso formativo de cinco anos que, agora, chega ao fim, Diogo assume que “as expectativas eram muitas”. “Toda a minha vida profissional foi ligada à área técnica e, de repente, vejo-me com Teologia, Filosofia… Eu que pensava que estava mais ou menos dentro daquilo que era o serviço da Igreja, vejo-me quase desamparado – apesar de ter tido sempre ajuda, graças a Deus”, revela. Quando aceitou iniciar este caminho de formação, “não contava que fossem tantos anos”, mas, atualmente, Diogo diz perceber que este é um percurso “com algum tempo” porque, caso contrário, “não dá para que nos tornarmos melhores cristãos”.
Sobre a sua nova missão, o futuro diácono diz estar “disponível para aquilo que o Bispo de Lisboa entender”. “As minhas limitações e fragilidades só poderão ser ultrapassadas através da oração e do encontro com os outros”, assegura.
Diogo Clemente
65 anos, Casado
Reformado
Paróquia de Fanhões