Assembleia Diocesana de Diáconos Permanentes avalia o diaconado no Porto, Portugal

Realizou-se a 2 de abril, na Casa Diocesana de Vilar, entre as 19 e as 23.30 horas, a Assembleia Diocesana de Diáconos Permanentes, presidida por D. Manuel Linda, Bispo do Porto, subordinada ao tema O Diaconado Permanente na Diocese do Porto: Uma avaliação.

Estiveram presentes cerca de 60 diáconos permanentes, dos 98 diáconos com que a diocese conta atualmente. A sessão iniciou-se com a celebração da Eucaristia, em cuja homilia D. Manuel associou ao comentário dos textos bíblicos um apelo aos diáconos para que se empenhem na pastoral vocacional, designadamente no que se refere à vocação sacerdotal. Seguiu-se o jantar, uma oportunidade de encontro, partilha e convívio.

Os trabalhos da Assembleia iniciaram-se pelas 21.30 h. com uma palavra de abertura de D. Manuel Linda que agradeceu a presença e sublinhou ser este o seu primeiro encontro com o corpo diaconal portucalense enquanto tal. De seguida, o P. Adélio Abreu proferiu uma breve intervenção subordinada ao tema Diaconado Permanente na Diocese do Porto: Situação para uma avaliação.

Evocou o percurso do diaconado permanente no Porto, desde o itinerário de formação para as primeiras ordenações em 1992 até ao presente, detalhando particularmente o processo formativo empreendido a partir de 2007, que, com alguns ajustes, continua a vigorar. Por fi m, na busca de um perfil, caraterizou sumariamente quanto ao número, à idade, à formação académica de base, à formação teológica, à distribuição geográfica e aos contextos de missão os diáconos permanentes portucalenses.entes, 14 ordenados em 1992 e 84 entre 2010 e 2017, a serviram maioritariamente em contexto paroquial, distribuídos por todas as vigararias da diocese, com exceção de Felgueiras, mas com prevalência na região Pastoral do Grande Porto e na Região Pastoral Sul. A distribuição etária é bastante equitativa por décadas entre os 40 e os 80 anos, encontrando-se 17% dos diáconos acima dos 75 anos de idade. Relativamente à escolaridade de base, a análise incidiu apenas sobre os diáconos ordenados a partir de 2010: 30% têm formação superior, 32% o ensino secundário e 22% o 9º ano de escolaridade. No que respeita à formação teológica, esta analisada para a totalidade dos diáconos, 18% têm formação superior em teologia ou ciências religiosas, 68% o curso de teologia do Centro de Cultura Católica e 13% o itinerário formativo organizado especificamente como preparação para as ordenações de 1992.

Seguiram-se as intervenções dos porta-vozes dos grupos de trabalho que, a 12 de março, em contexto de formação permanente, tinham reunido para prepararem a Assembleia e avaliarem o diaconado na diocese, tendo por base uma grelha elaborada a partir de um texto do Prefeito da Congregação do Clero subordinado ao tema Diáconos permanente: Identidade, formação e missão, trabalhado ao longo do ano pastoral.

Não sendo possível detalhar nos limites destas linhas a riqueza e a seriedade do trabalho realizado e da partilha que proporcionou, foi sublinhado o potencial evangelizador do diaconado permanente, nem sempre bem aproveitado, não só em contexto paroquial, mas também enquanto “ministério do limiar”, em áreas pastorais nas fronteiras da comunidade eclesial com o mundo.

Particularmente relevante é na vocação diaconal a relação entre os sacramentos da ordem e do matrimónio, potenciadora de uma atividade pastoral com conhecimento de causa, designadamente na pastoral familiar, mas também a exigir um discernimento equilibrado entre o empenho na vida pastoral e o tempo necessário à vida familiar.

No que respeita à formação teológica de base, entendeu-se globalmente ser vantajosa a opção pela formação superior em teologia ou ciências religiosas, em contexto universitário, se bem que alertando para a necessidade de apoio económico para a frequência da mesma e para o imprescindível discernimento sobre a manutenção ou não de um itinerário alternativo que inclua no acesso ao diaconado aqueles a quem não seja realista pedir a frequência de formação superior.

Referiu-se também a importância do cuidado na seleção dos candidatos, segundo o perfil referido pelo magistério e decorrente das exigências da missão, e não apenas como uma recompensa pelos largos anos de dedicação paroquial.

Também se atendeu às exigências da formação permanente e à necessária atenção à vida espiritual, com uma referência ao acompanhamento espiritual e à participação nos retiros. No que à missão se refere, emergiu o quanto o desenvolvimento de atividades pastorais concretas depende do modo como o pároco, sob cuja orientação cada diácono se encontra, entende o diaconado permanente. Sob este aspeto, conviria favorecer iniciativas formativas sobre o diaconado que também envolvessem os párocos que contam com diáconos nomeados para o serviço pastoral.

Acrescentou-se ainda a pertinência duma melhor especificação dos mandatos em sede de nomeação. Após um tempo de intervenções espontâneas dos presentes, D. Manuel Linda encerrou a Assembleia, agradecendo o trabalho de avaliação realizado, referindo a conveniência da divulgação duma síntese do mesmo e mencionando que os diáconos foram os primeiros a serem ouvidos no processo de avaliação em curso.

(inf: Diaconado Permanente-Diocese do Porto)

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