Um olhar para o passado para avançar para o futuro

Diác. Federico Cruz Cruz
Animador regional de Servir nas periferias do México, América Central e Caribe

San José, Costa Rica, 1 de abril de 2021

 

Um olhar para o passado para avançar para o futuro

No passado estão o sacrifício e a morte, no futuro está a Ressurreição e a Glória…

Iniciamos as celebrações da Semana Santa… e nestes dias em que contemplamos o mistério do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus (Rom 8:39), renovamos também os nossos esforços de oração e reflexão em torno da renovação da nossa Associação, do website e do Informativo Servir nas Periferias… Este projeto noticioso visa anunciar Jesus Cristo, vivo, agindo na Igreja e nos seus ministros. No nosso caso, como Diáconos, Servidores; isto é, sinal e presença de Cristo Servo; especialmente nas periferias humanas, com os mais pobres e marginalizados pela sociedade e pelo mundo…Tarefa na qual as nossas esposas e famílias participam direta ou indiretamente.

Numa segunda fase do que era o Informativo do CIDAL impulsionou-se este projeto evangelizador, denominado “Servir nas Periferias”, composto por um site, um Boletim mensal, mais uma página de Facebook, foi promovido a Associação protegida com direito civil…; nos seus Estatutos, estabeleceu-se que seria por um tempo indefinido… Este é um desafio que queremos manter e cumprir, animados pelo poder do Espírito Santo…Precisamente, como foi dito no primeiro editorial de 2015, “a partir deste convite para servir nas periferias, é nomeado o projeto que agora lançamos, diáconos, esposas de diáconos e pessoas interessadas no diaconado”.

Ao mesmo tempo, estabeleceram-se como objetivos desta Associação, “promover causas de informação e formação sobre o ministério diaconal, permitir um encontro entre diáconos dos países ibero-americanos e outros interessados no ministério diaconal”. Além de pôr em funcionamento a estrutura necessária – Associação, páginas, Equipa de Redação, para o desenvolvimento e publicação do Boletim e sua sustentabilidade ao longo do tempo, respeitando “a doutrina da Igreja Católica em matéria de fé e costumes”.

No artigo 22.º dos Estatutos da Associação Servir nas Periferias, lê-se que “ as pessoas com capacidade para atuar que tenham interesse no desenvolvimento dos fins da Associação podem pertencer à Associação”.Isto significa a abertura para que muitos outros diáconos, suas esposas e outros interessados na promoção do ministério diaconal e na divulgação de notícias referentes ao diaconado possam ser associados e fazer parte deste projeto, que visa construir pontes entre todos os nossos países ibero-americanos, e, porque não, além de suas fronteiras.

 

Nesse sentido, o artigo 23.º dos nossos Estatutos estabelece que haverá os chamados” sócios fundadores”,que são aqueles que “participaram no ato de constituição da Associação”. O nome é o menos, o importante é a participação. A força da Associação, para dar vida ao que é proposto nos Estatutos e para dinamizar a comunicação e integração dos diáconos ibero-americanos e das suas famílias, reside muito no número dos seus associados.

Por outro lado, no Editorial do Boletim Informativo I, de 1 de abril de 2015, dizia-se que “sabemos que servir ao estilo de Jesus Cristo envolve trabalhar por uma Igreja em saída, que é a grande família que manifestamos na oração eucarística: uma Igreja que viva na verdade e no amor,

onde a liberdade seja vivida, onde a justiça e a paz são promovidas, para que possamos ser para aqueles que a procuram um sinal de esperança.” Isto implica um compromisso de abrir este projeto e, portanto de escuta e participação de todos aqueles que, pela imposição das mãos de um Bispo, foram constituídos ministros do Senhor no grau do Diaconado. Claro que isto envolve as famílias de diáconos, especialmente esposas.

Além disso, queremos manter viva a memória de que “Servir nas periferias não nasce do nada, mas que percorre o caminho do Informativo CIDAL”. Pois foi essa iniciativa de alguns diáconos, liderados por José Espinós, de Morón, Argentina, que deu origem a este esforço de comunhão e de participação diaconal, que se prolongou com a publicação de “ noventa e nove Informativos publicados ao longo de seis anos, entre 2007 e 2013, desenvolvendo em cada um deles um trabalho intenso e generoso, realizado com uma enorme aplicação, à qual o nosso irmão Espinós dedicou tantas horas”.

Foi também dito naquele primeiro Editorial de Servir nas Periferias, que “ queremos que qualquer pessoa que venha ao site e ao Informativo o sinta como algo seu, para que todos possam fazer chegar com o que considera apropriado, por mais pequeno ou simples que a sua colaboração possa parecer”. Este é o apelo que , com a força fraternal hoje, relançamos a todos os nossos irmãos Diáconos, das várias dioceses dos nossos países: Este projeto é de todos os Diáconos e, porque não, de suas famílias. Aproximemo-nos, e em união, vamos integrar-nos, associando-nos façamos um serviço diaconal ao realizar o nosso múnus eclesial em cada uma das nossas realidades, partilhando o que fazemos, as dificuldades que encontramos, as alegrias e tristezas de cada dia.

Depois destes seis anos de andamento do novo e renovado projeto informativo “Servir nas periferias”, o mesmo continua a dar seus frutos, os últimos dados de difusão que dispomos atualmente, mostram-nos vários milhares de subscritores a nível mundial – especialmente na Ibero-América, e consultas contínuas tanto no website como no Informativo mensal a partir de muitos lugares do mundo.

Não há dúvida de que o diaconado continua a crescer todos os dias. Temos conhecimento de ordenações em diferentes países como Espanha, Brasil e outros… Por outro lado, surgem encontros nacionais e regionais do diaconado. Por exemplo, no Chile e no México, entre outros. Também são geradas reflexões e propostas com conteúdo teológico sobre o diaconado, por bispos, padres, diáconos…e também por leigos – mulheres e homens – que apreciam o nosso ministério. Na evangelização, desenvolvem-se várias experiências, tanto na ordem da pastoral como de caráter missionário. Podemos referir, por exemplo, a organização e o impulso de “diaconias de fronteira”, o desenvolvimento de ações pastorais nas paróquias a cargo por diáconos, a incorporação de diáconos em postos importantes em Conferências Episcopais e Diocesanas, etc.

 

Como olhamos para o passado , para as origens de “Servir nas Periferias” queremos também olhar para o futuro; para os desafios que, como Informativo e como diáconos, nos confrontam e exigem-nos uma resposta.

Como equipa coordenadora e animadora deste projeto diaconal, queremos sonhar com o futuro e comprometer-nos com a concretização desses sonhos. Queremos fazê-lo juntos, em conjunto com todos os diáconos da Ibero-América e todos os interessados no diaconado.

Percebemos a necessidade de integração de milhares de diáconos dos nossos continentes neste projeto de comunicação, quer através da prestação de informação, quer através da subscrição e receção do Boletim Informativo gratuitamente, através do acesso ao website (https://serviren.info/), quer ao facebook (https://www.facebook.com/Servir-en-la-periferia-102978014868866), solicitando associar-se a Servir nas Periferias, uma vez que é necessário a expansão da Associação, colaborando com ideias para a dinamização do website, interagindo na página do Facebook através de comentários… para que haja um desenvolvimento de uma “diaconia de informação e a troca de opiniões” entre diáconos ibero-americanos, suas esposas e filhos. Por outro lado, salas de reuniões podem ser ativadas através do Zoom e de outros meios virtuais, para que haja intercâmbio de opiniões e a fraternidade diaconal seja encorajada.

Como equipa animadora deste projeto, gostaríamos de proporcionar um encontro “aberto” aos diáconos e às suas esposas, que queiram partilhar durante algumas horas em que “abraçamos” à distância e podemos trocar critérios e opiniões sobre temas do nosso interesse, através do Zoom ou de outra plataforma…Servir nas Periferias deve e quer rejuvenescer e abrir-se…

Não podemos deixar de mencionar a visita do Papa Francisco ao Iraque, porque tem nuances que tocam o ministério diaconal, pois a Igreja é toda servidora. O Papa Francisco expressou na conferência de imprensa durante o voo de regresso que “depois destes dois meses de prisão, porque me senti um pouco aprisionado, isto para mim é reviver. Reviver porque é tocar a Igreja, tocar o Santo Povo de Deus, tocar todos os povos. Um sacerdote [diácono] torna-se sacerdote [diácono] para servir, ao serviço do Povo de Deus, não por carreira, nem por dinheiro.” […] Isto é, não perder a pertença ao Povo de Deus e tornar-se uma casta privilegiada de homens consagrados, clérigos, qualquer coisa. Portanto, o contacto com as pessoas salva-nos, ajuda-nos, damos ao povo a Eucaristia, a pregação, nossa função. Mas eles dão-nos a pertença. Não esqueçamos esta pertença ao Santo Povo de Deus. As palavras do Papa são eloquentes em si mesmas. Servir nas Periferias não pode ser um projeto fora desta dimensão eclesial…

Outras questões sobre as quais o Papa levantou a voz durante o mês de março são: a migração como um direito humano que não está a ser reconhecido pelos países; desafios pastorais após a pandemia COVID-19; o acesso à água como um direito humano, de modo a evitar desperdícios, a comercialização e a contaminação dos mantos aquíferos.

Queremos fechar este editorial com o que o Diácono Roque Victorio Gencarelli, da cidade coronel Pringles, Argentina, respondeu quando entrevistado, (publicado em Servir nas Periferias em 2 de março de 2021). Eis a pergunta: o que mais gostas em ser diácono? E ele disse: “A melhor coisa de servir como diácono é servir e poder ajudar. Às vezes há pedras no sapato como em todo o lado, o importante é não parar, tem que continuar a andar. Vais a encontrar espinhos e pedras pelo caminho, mas tens de continuar a caminhar.”

Pela Equipa de Redação: Diac. Federico Cruz Cruz, San José, Costa Rica.

Tradução do original: Diacono Mario Henrique Pinto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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