Servir, una acáo vocacíonal. O símbolo do ministério diaconal é o gesto do Lava-pés. Nossa vocagdo é servir, profetizar e ensinar.
Certamente aínda recordamos aque la fotografía ilustrando o cartaz da Campanha da Fraternidade do ano de 2015. A imagem fícou registrada ñas mentes de muitos cristaos leigos e lei- gas, pessoas de vida consagrada e ministros ordenados. Imagem espaüiada em muitas igrejas e templos, em vários subsidios, oragoes, santinhos… Sabemos que a pessoa abaixada, segurando e beijando o pé do outro, lavado ime- diatamente antes, é o papa Francisco. A cruz que carrega no peito está bem visível, com a estampa do Bom Pastor carregando a ovelha necessitada. A outra pessoa? A imagem nao dá pistas, mas ouvimos dizer que se trata de um presidiario, e que a cena se passou num presidio… Nem precisamos saber a identidade da pessoa, pois, na verdade, este “outro” pode ser qualquer um de nós e, ao mesmo tempo, pode ser qualquer “próximo” a nós.
A imagem do “Lava-pés” é parte integrante da “Última Ceia”. O texto bíblico encontrado em Joáo assim narra o inicio do último ensinamen- to do Mestre Jesús dado aos seus discípulos reunidos
antes da Via Crucis: “Sabéis o que vos fiz? Vós me chamáis Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés ims aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim fagais também vós. Em verdade, em verdade vos digo: o servo nao é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se compreen- derdes estas coisas, sereis fehzes, sob condigáo de as praticardes” (Jo 13,12- 17).
Creio que muitos exegetas, estudiosos da Palavra de Deus, doutores bíblicos já se debrugaram uestes versículos e já produziram muita reflexáo e estudos aprofundados com belos res- gates do significado da agáo de Jesús. O gesto é simples: lavar o pé do outro. Para qué? Romper com estruturas que causam divisao. Em outras palavras, viver a comunháo. Eucaristía plena entre nós!
Aqui está a complexidade! Em urna sociedade onde imperam relagoes de “mais” e “menos” (mais ou menos poderoso, mais ou menos importante, mais ou menos sábio, mais ou menos rico, mais ou menos saudável etc.), um simples gesto deste Mestre comegava a romper preconceitos. Jamais se poderla prever, dentro do esquema mental da época, que um Mestre poderla fazer um servi- go destinado aos servos, empregados, fimcionários, escravos… Foi difícil compreender. Pedro nao enten- deu e demorou a entender. Talvez tenha compreendido após muita reflexáo e muitas Reimioes/Celebragoes/ Eucaristías com os demais discípulos, após a Ressurreigáo de Jesús. Nós, na atualidade, gragas a tantas outras pessoas que nos ensinaram e nos en- sinam, inclusive o próprio papa Francisco, “o Pedro de hoje”, já sabemos o significado do gesto. Conhecemos, sim, mas aínda temos dificuldade em compreender, pois nao é fácil passar da mentaUdade (razao) ao sentímento (coragao) e, depois, á agao, fruto deste movimento mente-paixáo, a “compai- xáo”. O próprio Jesús concluí seu en- sinamento do Lava-pés com urna con- digáo: a prática. Ele afirmou que se nós conseguirmos compreender o gesto e colocá-lo em prática, seremos felizes (v. 17). Compreender, praticar e ser fe- hz, nossa meta, nossa vocagáo!
Pois bem, somos chamados á fe- hcidade e isso pressupoe o constante servigo ao outro. Urna prática que já deveria estar em nosso dia a dia, em qualquer situagáo e relacionamento humano. E aqui reside a difículdade. Por isso necessitamos investir bastante nesta educagáo, nesta catequese, ani- magáo vocacional, diaconia. De fato, o símbolo do ministério diaconal é o gesto do Lava-pés. Somos chamados a exercer nossa diaconia no cotidiano, assim como o nosso sacerdócio e profetismo, ensinando outros a com- preenderem a riqueza de se colocar a “servigo”. Nossa vocagáo é servir, profetizar e ensinar. Sim, recebemos esta missáo tríplice pelo sacramento do Batismo, confirmado pelo Crisma. Tríplice dimensáo de urna única vocagáo: construir comimidade, viver em comunháo!
Nesta Igreja e na nossa sociedade, na diversidade de carismas e ministé- rios, que todos exergam o seu servigo na justiga, com alegría, em comunháo. Rezemos, pois, constantemente, ims pelos outros.
Fuente original Infoco mayo 2016