Dissertação de Mestrado

Julio Bendinelli,

São Leopoldo/RS

Diáconos, Órgão Informativo da Comissão Nacional dos Diáconos

Ano 4 – n º 39 – Outubro de 2009

 O autor é casado com Rudinéia Guimarães. É aspirante ao diaconato permanente na Arquidiocese de Vitória (ES), funcionário público estadual, maestro, palestrante e professor de Sagrada Escritura.

Recebe o Evangelho de Cristo do qual foste constituído mensageiro: a missão do diácono permanente como servidor da mesa da Palavra.

 A dissertação versa sobre a missão do diácono permanente no campo da evangelização. As motivações para discorrer sobre o tema tiveram origem na constatação da escassez de material que pudesse iluminar a teologia e a pastoral relativas ao Ministério da Palavra que compete ao diácono, na suspeita meio que generalizada de fuga do “específico” lançada sobre todo eventual serviço diaconal não voltado à caridade, ou pior, não voltado exclusivamente à caridade, nos atuais desafios advindos das diretrizes eclesiais e pastorais assumidas na Conferência de Aparecida e ainda no desejo de ampliação da atual função diaconal para além da Instituição eclesiástica.

 A investigação teve por objetivo valorizar o exercício do múnus docendi ecclesiae conferido ao diácono permanente em virtude de sua ordenação sacramental e estribou-se em farta pesquisa bibliográfica que incluiu obras consagradas em inglês, alemão, espanhol e italiano. O trabalho comporta três capítulos. O primeiro trata da restauração do ministério do diácono permanente na forma proposta pelo Concílio Vaticano II e examina a similaridade e a distinção entre os ministérios ordenados e os não-ordenados, verifica as funções diaconais conferidas pela ordenação nas áreas da Palavra, da liturgia e da caridade, investiga elementos do serviço à pregação na origem do ministério diaconal neotestamentário e apresenta a essência do ministério dos antigos diáconos. O segundo capítulo se dedica ao serviço do diácono permanente à mesa da Palavra de Deus e investiga o significado prático da recuperação conciliar da noção de unidade das “duas mesas” – Palavra e Eucaristia, com a decorrente revalorização do lugar reservado à Palavra de Deus na liturgia e na vida dos fiéis católicos, busca pela presença da expressão pão da Palavra de Deus na Tradição eclesial, vasculha o ministério diaconal da Palavra no Magistério eclesial pós-conciliar e nos documentos das Congregações vaticanas, da CNBB e do CELAM, analisa os elementos do atual Rito de Ordenação Diaconal bem como suas implicações práticas para a missão da qual o diácono é investido na Igreja Romana. O terceiro capítulo propõe caminhos para que o diácono permanente possa contribuir no campo da Evangelização, interpretando os resultados das investigações procedidas nos capítulos anteriores, apresentando a realidade pastoral do ministério diaconal, sugerindo um lugar sustentável e, ao mesmo tempo, relevante para o diácono permanente, apresentando o diaconato no contexto do ministério ordenado a partir de uma “chave simbólica” e elegendo quatro áreas onde o ministério diaconal pode colaborar na atual demanda missionária da Igreja: catequese renovada, evangelização das famílias e pequenas comunidades, ecumenismo e dimensão pública da Igreja.

 Do exposto, a conclusão revelou que o encargo diaconal no campo da evangelização tem sido muito pouco aproveitado, incentivado ou valorizado na Igreja e na sociedade, o que significa que os diáconos devem assumir a parcela do serviço que lhes cabe como mensageiros da Palavra, pois certamente têm mais funções no âmbito da pregação e do ensino do que atualmente exercem, haja vista que tudo quanto se refere à pregação do Evangelho, à catequese, à difusão da bíblia e sua explicação ao povo lhes foi conferido ordinariamente. Os diáconos, portanto, devem ser capazes de unir pelo seu testemunho e pelo oticio ministerial mensagem e ajuda prática, sem confundlas nem opô-las, exatamente como na vida e obra de Jesus, que proclamou a salvação e andou fazendo o bem (Lc 8,1; At 10,38).

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