CONFERÊNCIA “Viventes na Casa Comum”

CONFERÊNCIA “Viventes na Casa Comum”

O Professor Doutor Cónego Jorge Cunha foi a animador duma conferência organizada pelo Centro de Cultura Católico (CCC) e pelo Diaconado Permanente do Porto, integrado no lema da Diocese do Porto “Todos Família, Todos Irmãos”, no dia 11 de maio, por Zoom. Presentes muitos diáconos, mas, também, pessoas que quiseram assistir à conferência.

O Cónego Jorge Cunha situou a sua “reflexão na fundamentação do empenho cristão na defesa da casa comum, ligando o seu aspeto cósmico aos aspetos antropológico e ético da fraternidade. Considerando a temática no contexto da Doutrina Social da Igreja, mencionou que a novidade da “Laudato si’” reside no facto de ter colocado o cuidado da casa comum no centro da teologia, da ética e da pastoral. Reconheceu, todavia, a dificuldade de a teologia entrar no debate, porque para a ciência o discurso da fé torna-se irrelevante e sem direito de cidadania. É necessário, pois, religar os saberes. O saber científico considera-se um saber sobre um objeto “fora de nós”, colocando de fora o sujeito ou entendendo-o como objeto. Há, portanto, que valorizar o sentir como origem do conhecimento, na medida em que pensar é também sentir que o saber sobre o mundo não pode ser separado do afeto e do cuidado. Para conhecer o cosmos, o saber do afeto começa na ressurreição de Cristo. A evolução do cosmos deu-se para que se dessem os acontecimentos da Páscoa de Cristo. Deus criou o mundo a partir do fim, da plenitude, e não do nada.” (da notícia publicada pelo CCC).

Segundo o CCC, Jorge Cunha, “Procurou então formular um novo contexto para a defesa da terra e a promoção ecológica, assente não na forma moderna do progresso, mas em novos princípios, designadamente a invisibilidade como segredo da vida real, a aceitação e não o domínio como forma de vida, a precedência dos corpos humanos sobre os animais, os vegetais e os minerais, assim como o “crístico” como cimo e base de tudo. No entender do conferencista, nós não temos o mandato de proteger as coisas, mas o de viver em sintonia com o nosso lugar de coroamento do cosmos. Na decorrência, fez algumas considerações sobre a relação entre cuidado e trabalho, evidenciando que o modo humano de ser não é apenas trabalho, mas também cuidado. Todo o trabalho é cuidado e todo o cuidado é trabalho.”

Seguiu-se um frutífero diálogo com os participantes.

Joaquim Armindo

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