CAPELANIA CRISTÃ, EXPERIÊNCIA QUE MANIFESTA A CARIDADE NA UNIDADE

Católicos e evangélicos visitam enfermos juntos em hospital de Jundiaí e se ajudam no trabalho de atender os que estão precisando de ajuda sem fazer distinção religiosa. (Texto editado pelo diácono e jornalista Pedro Fávaro Jr.)

O diácono Biagio Antonio Calicchio Neto falou ao “Véritas-Diáconos da Diocese de Jundiaí” sobre o seu trabalho junto à Capelania Cristã do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, de Jundiaí, criada recentemente num trabalho conjunto entre católicos e evangélicos interessados em proporcionar uma melhor qualidade de vida aos enfermos internados.
Biagio contou que no início de 2014 dom Vicente Costa o designou para integrar a Diaconia Hospitalar em Jundiaí, juntamente com o Diácono Roberto Piovesan, com o propósito de que exercesse seu ministério junto aos colaboradores do Hospital São Vicente. “O fato possibilitou um contato muito próximo com os profissionais da área de Saúde, sendo que inclusive passei a integrar a Comissão de Humanização do Hospital, como membro efetivo”, informa.
Acrescenta que nessa época a Pastoral da Saúde desenvolvia um trabalho de visitação aos enfermos, trabalho este já existente há mais de 17 anos na cidade. Porém, logo no início o diácono diz ter nascido o desejo do então diretor superintendente do Hospital, doutor Américo Lega que, juntamente com dom Vicente e o Pastor Maurício de Araújo (presidente do Conselho de Pastores na época) de criarem a Capelania Cristã Hospitalar, a exemplo de vários Hospitais de São Paulo, Itú, Salto e outras cidades.
Para iniciar o projeto, no dia 12 de abril do ano passado houve a formação de visitadores, com um curso teórico de 8 horas, complementado com um estágio prático de 32 horas. Participaram 50 visitadores, 25 da Igreja Católica e 25 das Igrejas Evangélicas. Hoje a Capelania já conta com 73 visitadores, uma vez que no início deste ano formou-se uma segunda turma.
VÉRITAS – Como se desenvolveu o trabalho?
BAGIO – Com o nascimento da Capelania foi criada uma Coordenação composta por dois representantes da Igreja Católica (eu e o diácono Roberto) e dois das Igrejas Evangélicas (pastor Francisco e pastora Maria Joana), sendo que fui indicado para assumir a coordenação juntamente com o pastor Francisco Vanderlinde como vice-coordenador.
VÉRITAS – Quais os principais desafios que notou então?
BAGIO – Não é um trabalho fácil, mas com a ajuda do Espírito Santo, apoio de dom Vicente, pastor Isaías Rezende Guimarães (atual presidente do Conpas), doutor Francisco Claro (atual superintendente do Hospital) e demais componentes da Capelania, graças ao bom Deus temos conseguido desenvolver este trabalho pioneiro, uma vez que visitamos os doentes sempre em dupla, preferencialmente um católico e um evangélico.
VÉRITAS – Como é isso? Vocês experimentam bons resultados?
BAGIO – Sim. A sinergia entre os participantes é fundamental e tem sido muito frutuosa esta troca de experiência.
VÉRITAS – A partir de que olhar ao enfermo vocês fazem esta visita conjunta?
BAGIO – Qualquer hospital é um local de cuidados aos que estão com algum tipo de dificuldade física. É um local de extrema sensibilidade. Os sentimentos mais comuns que acometem uma pessoa enferma são os sentimentos de que não é amado, de que está sendo esquecido, ou mesmo castigado. Vamos a eles amando sem preconceitos, sem discriminação, compreendendo o momento pelo qual o doente está passando, procurando ajudá-lo como pessoa e não tão somente como alma, principalmente ouvindo. Plagiando o diácono Roberto tentamos “ser como coelho – boca pequena e orelhas bem grandes”.
O amor valoriza as pessoas. Em Lucas 10,29-37 na parábola do Bom Samaritano, aprendemos o que é usar de compaixão. Amar sem esperar nada do outro.
VÉRITAS – Qual peso é dado para a questão da diferença religiosa?
BAGIO – Quando chegamos aos quartos, não nos identificamos pela religião, dizemos que fazemos parte da Capelania Cristã e estamos ali para levar apoio espiritual, não fazemos proselitismo, não podemos esquecer que Hospital não é Igreja. Conforme a conversa vai acontecendo o próprio doente se identifica, aí sim, a continuidade pode ser com o visitante da mesma religião. Dessa forma respeitosa é que também são identificadas as pessoas que querem receber a comunhão diariamente ou pedem a Unção dos Enfermos, que é ministrada pelos padres Júlio de Freitas Alves (terças-feiras) e José Paulo de Almeida (quintas-feiras).
VÉRITAS – Existem casos de urgência maior, naturalmente. Como vocês fazem?
BAGIO – Para os casos mais urgentes orientamos as famílias para entrarem em contato com o pároco, para que ele venha mais rapidamente atender o enfermo seu paroquiano. Quando um evangélico identifica um católico, ele já avisa que é possível ter os sacramentos e vice-versa, também o católico se disponibiliza providenciar a presença de um Pastor.
VÉRITAS – E você? Como se sente neste trabalho que manifesta de verdade a Caridade de Deus?
BAGIO – Por vários anos atuei na área de Saúde como principal executivo, onde aplicava os meus conhecimentos puramente profissionais, mas graças a misericórdia de Deus que chamou-me a servi-lo como diácono é que tenho tido a graça de experimentar o que é me colocar a serviço do irmão, dando-me a oportunidade de viver a unidade na diversidade “Pai que todos sejam um”. Exercer o meu ministério na Capelania tem sido uma benção, em vez de dar eu tenho recebido, “o cêntuplo” .É através da Capelania que posso exercer o múnus diaconal: Palavra, Liturgia, Caridade. Peço que Deus me ajude a perseverar nesta missão, conto com as orações de todos.
O diácono aproveitou para convidar a todos para a CELEBRAÇÃO CRISTÃ PELA VIDA “ABRACE O SÃO VICENTE”, no dia 18 de dezembro próximo, às 9 horas na praça em frente ao Hospital São Vicente. Será um momento de oração com o dom Vicente e o pastor Isaías.
O diácono Biagio proclamando o Evangelho. E a equipe da Capelania Cristã, com o bispo, o pastor e os diáconos

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