Sàbado Santo

SÁBADO SANTO

Phyllis Zagano, uma teóloga e professora, membro da Comissão Pontifícia para o estudo do Diaconado das Mulheres, passou pelo Porto na semana passada e falou sobre este tema, na Universidade Católica do Porto. Conhecia o seu pensamento de um livro traduzido para o espanhol – infelizmente as nossas editoras não o fizeram para o português -, com o título “Sábado Santo – Un argumento a favor de la restauración del diaconado feminino en la Iglesia católica”. As suas pesquisas e estudos vão no melhor sentido, com uma profundidade investigativa e argumentativa do diaconado feminino, numa sociedade plural e diversificada, como a nossa. O “sábado santo” começa com um prólogo que onde escreve: “Hoy nos enfrentamos a la misma escisión dentro e fuera, entre el mundo espiritual y el temporal, entre la Nueva Jerusalén y Babilonia, entre los poderosos y los desprovistos de poder. Hoy ese mismo sábado, cuando lo antíguo debe adaptarse a lo nuevo; no reemplazar, sino complementar y reforzar las verdades de la revelación de Dios. Hoy es Sábado Santo, lleno de esperanza.” A sua perspetiva histórica e bíblica, são provas da ordenação das mulheres como diáconas e que na tradição e na teologia, se consolidam.

Segundo a autora não se trata de substituir os ministérios hoje exercidos por mulheres, por diáconas, mas do entendimento que o ministério de diácono pode ser exercido com todo o serviço e autoridade por mulheres. Afinal é uma restauração do diaconado feminino, e não uma alteração. Como exemplo do exercício do diaconado feminino na igreja primitiva, refere todas as questões relativas aos cuidados dos doentes e enfermos, incluindo a “imposição das mãos” e a “extrema-unção” o que hoje não é permitido aos diáconos. A realidade é que embora no tempo da primitiva igreja os testemunhos das mulheres não eram válidos, em igreja não se seguia essa prática da sociedade.

A ordenação de mulheres ao diaconado – lembra – também é um motivo de interesse ecuménico, um exemplo é o das igrejas orientais, onde são ordenadas mulheres diáconos, e a Igreja Católica reconhece as suas ordenações (Unitatis redintegratio), ou então na Igreja Apostólica da Arménia, ou mesmo em outras igrejas cristãs, como a Comunhão Anglicana.

Joaquim Armindo

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