OS DIÁCONOS SABEM: INFALÍVEL SÓ O AMOR!

OS DIÁCONOS SABEM: INFALÍVEL SÓ O AMOR!

Caminhando com Jesus, três textos dogmáticos que nos deixou, e não outros, para quem é cristão ou cristã e até para quem diz que “não é nada”. São eles: o único mandamento: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (São Lucas 10:27, segundo a Bíblia de João Ferreira de Almeida – atualizada); as Bem-Aventuranças (São Mateus 5,3-11); a oração Pai Nosso, terminando com “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre” (São Mateus 6,9-13). Quer o mandamento, quer as suas linhas programáticas, diríamos hoje, ou a sua oração/meditação, possuem uma temática comum, que é o Amor, e só este é infalível. Já o dizia São Paulo na sua primeira carta aos cristãos e cristãs de Corinto, que existe a Fé, a Esperança e o Amor, mas só o Amor passará ao Reino de Deus (1.ª Coríntios 13, 13). Em todos estes ensinamentos só o Amor é dogmático. O Amor reside em Cristo e Ele foi a perfeição do Amor, ao morrer e ressuscitar, dando-nos inteiramente a certeza de que o Amor vence. Mas vence numa situação em que não há vencidos, mas toda a Humanidade é vencedora. É esquisito este “vencer”, na nossa vida, quem vence é porque há alguém que perde, mas aqui não é assim, o Amor vence sem vencidos.

Quando na cena presente no evangelho Mateus, 16-16, Jesus pergunta aos seus amigos e amigas quem sou eu para vós, Pedro lesto, afirma “Tu és o Cristo, Filho de Deus Vivo”. Este Pedro (pedra) da boca de quem Jesus ouviu este credo, creio que és o Cristo, Filho de Deus Vivo, e de uma Fé rude, mas firme como rocha, é o mesmo Pedro que há de negar três vezes que conhecia Jesus. Esta afirmação dogmática tinha sido quebrada, Pedro sucumbiu ao medo. Pedro que tinha afirmado a verdade, mentiu dizendo que não conhecia Jesus. Foi uma traição, talvez maior do que a de Judas Iscariotes, porque este acreditava que Jesus ia instaurar a liberdade aos hebreus, que o seu reino era a Terra de Israel, era um comando político, e quando se apercebeu que não era isso, sentiu-se atraiçoado e entregou Jesus aos sacerdotes do templo. Mais duas vezes o Amor venceu, de diferentes formas, mas venceu. Pedro ainda que chorando copiosamente pela sua mentira, escondeu-se com medo, só se mostrando quando Maria Madalena lhe deu a Boa Nova do Ressuscitado, e Jesus perdoa. Judas Iscariotes, desanimado com o que tinha feito, porque enfim percebeu, suicidou-se, mas no seu Reino Jesus perdoou. Porque Jesus é Amor e só o Amor Ressuscita.

A Igreja que Jesus nos deixa para continuar a Missão do Amor, organiza-se e decide sobre muitas questões, veja-se o capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos, em que a Igreja teve de reunir, de forma católica, isto é, de todos os lugares e de todos os tempos, para decidir sobre uma questão mínima, para nós, que era a circuncisão, como ato supremo da condição de salvação. Decidiram bem, o Espírito Santo falou, não era necessária a circuncisão, só uma coisa seria necessária, o Amor de Jesus.

O que se passou ontem, passa-se hoje, nesta Igreja de Jesus. Somos tentados a conferir legitimidade, até dogmática, a certas decisões que estão fora do tempo e do lugar. Existem decisões em cada tradição religiosa que são tomadas como “definitivas”, quando o que é definitivo é o Amor, é esse Jesus morto e ressuscitado. O Amor é católico, porque vem de Deus, e sempre em todos os tempos e lugares foi crido na Igreja. Haverá alguma igreja cristã, e até não cristã, que não acredite no Amor e sempre não tenha querido ser Amor, não há, todos e todas temos Esperança e Fé num mundo outro, descoberto já aqui e agora, mas isso não será

necessário nesse outro “lugar teológico” onde reina o primado do Amor. O primado não está num homem ou numa mulher, o primado está neste Amor que Jesus no deixou.

O único dogma que Jesus deixou à sua Igreja é este o do Amor, “ama e faz o que quiseres”. Era o que dizia Santo Agostinho, um dos Padres da Igreja: “Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.”

É este Amor que reside em Jesus que os diáconos sabem ser o único dogma imutável e que nunca deixa de existir. Este Amor é gratuito, não pede nada, nem precisa de nada, só precisa de Amor. Nem sequer precisa de ser institucional, é inerente às eucaristias que vivemos em cada dia, em cada homem e em cada mulher.

E, para isso, os diáconos são pedras vivas, se viverem o dogma infalível que é o Amor.

Joaquim Armindo
Diácono – Porto – Portugal
Doutor em Ecologia e Saúde Ambiental

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