DIACONOS: NA DEFESA DA CRIAÇÃO

DIACONOS: NA DEFESA DA CRIAÇÃO

 

A Criação é um todo, desde o cosmos à mais insignificante bactéria. Como um todo abrange tudo que na vida existe, e porque é um todo, os seres viventes e os não viventes estão cometidos à defesa da Criação. Na defesa da Criação estão todas as nossas atividades, aquelas que ao longo do dia fazemos e tomamos como nosso contributo. A história faz parte da Criação, assim como a cultura e a economia. Os nossos percursos quotidianos são uma mensagem positiva ou negativa para a defesa da criação, por isso sempre que falamos ou executamos alguma coisa estamos envolvidos ou criar ou não-criar, como cocriadores deste universo onde vagueiam o sol e os rios, os mares e as florestas, a cultura ou a sua negação, uma economia ao serviço de todos ou uma “economia que mata”. A vida, as famílias, as cidades e as nações, podem ser fazedoras dum mundo criativo onde valha a pena viver ou a sua negação. Temos ouvido esta bem verdadeira ideia: “Ou nos salvamos todos, ou ninguém se salva”, porque tudo depende de tudo, não há nada que não dependa de algo, até o nada depende de que existe alguma coisa, pois senão não poderia existir o nada. Por isso, todos dependemos de todos e de tudo o que se constrói ou não-constrói. Dependemos de uma mensagem de esperança, ou somos todos contra essa esperança; os homens e as mulheres sempre têm fé, em que, pelo menos, isso é construtor do todo para que vivamos e nos alimentemos. A Criação é um absoluto infinito, que nos levará ao viver a infinitude dos seres humanos.

As Igrejas cristãs, de várias tradições religiosas, convocaram para este mês o chamado “Tempo da Criação”, onde todos pensamos nos pecados ecológicos que temos cometido contra a Criação, como quem diz: contra nós próprios. Eles, porém, não se resumem aos pássaros ou às tartarugas, aos montes ou aos milheirais, antes são um conjunto de circunstâncias, como podemos ler no Conselho Ecuménico das Igrejas ou naquilo que o Vaticano e o seu bispo de Roma, papa Francisco afirmam, que colocam em jogo a nossa própria existência, não tenhamos as dúvidas como aconteceu com a construção da arca de Noé. Estamos perante catástrofes que nem pensamos, mas somos sujeitos de Fé e de Esperança, os diáconos sempre foram os guardiões do planeta, como o diácono São Francisco de Assis.

Esta é uma época de desafios, de formulações categóricas de quem está no mundo, como os diáconos, que vivem com as suas famílias e sabem muito bem o que é alimentar muitas bocas, porque inseridos na humanidade; saberão ser os primeiros a conceber uma outra terra, onde o sol seja irmão e a lua irmã, onde o lobo seja amigo do cordeiro, onde a economia armamentista seja destruída. Poderemos ter ideias diferentes sobre todos os assuntos que nos colocam, mas é indesmentível que essas ideias ou políticas terão de ser escutadas em diálogo de uns com outros, ouvindo-nos ativamente, sem tronos de poderes, para acompanharmos o nosso Cristo Cósmico.

Os diáconos não têm opção se não escolherem este olhar sobre a Criação, foi Deus que a fez, e viu eu “Era bom!”, ora, se assim é, temos de escolher só este caminho, o de querermos uma Casa Comum, numa Família Humana Única, onde possamos escutar o som terra, que murmura e chora, assim como os gritos inflamados daqueles e daquelas que mais sofrem. A economia e os poderes políticos e tantas vezes os religiosos usam os seus “tronos” para decapitarem a Terra e assim ganharem – o que pensam-, ser mais poderes. São esses poderes, mais as tradições brutalizadas exercidas sobre populações, como o caso de Afeganistão, que nós não podemos tolerar em nome do Cristo Ressurreto e Aparecido.

Os diáconos em nome do nosso irmão Francisco de Assis, não poderão jamais ficar calados neste Tempo da Criação. não só neste tempo, mas em todos os tempos e lugares onde nos encontrarmos.

Joaquim Armindo

Pós- Doutorando em Teologia

Doutor em Ecologia e Saúde Ambiental

Diácono – Porto – Portugal

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