Estimados Diocesanos! Há cinquenta anos, foi concluído o Concílio Ecumênico Vaticano II. Ele foi um sopro do Espírito Santo que deu início à renovação da vida da Igreja, na sua missão de responder aos anseios espirituais de uma sociedade que passava por um processo de mudanças profundas no contexto social, político, econômico, cultural e religioso.
O Concílio deu oportunidade à Igreja de fazer uma releitura histórica do seu longo caminho percorrido, mas ao mesmo tempo de fazer uma reflexão sobre o seu compromisso de continuar anunciando o Reino de Deus na história encarnada na vida dos homens e das mulheres de um mundo em mudanças.
A nossa Diocese de Erexim, criada após o término do Concílio, procurou, desde o início, assimilar as propostas conciliares na sua ação pastoral. Uma das novidades propostas pelo Concílio foi restabelecer na Igreja o diaconato permanente. Não nos moldes da Igreja primitiva, quando tinha função importante própria da época na vida da Igreja e da sociedade. Mas recuperando o diaconato como dom de Deus, do chamado e da vocação para viver a missão a serviço da Igreja comunidade povo de Deus nas atuais circunstâncias. Graças à resposta generosa ao chamado de Deus, temos na nossa Diocese vários diáconos, alguns servindo a Igreja nas comunidades por muitos anos. Outros já solicitaram o merecido direito de se tornarem eméritos. Porém, pelo chamado contínuo que Deus faz ao coração dos homens para colaborarem no anúncio do Reino, também temos aqueles que assumiram o ministério recentemente.
Podemos dizer que, no ministério, os diáconos vivem a espiritualidade que nasce da missão de serem samaritanos, profetas e levitas. A espiritualidade do diácono samaritano nasce da experiência e da descoberta da misericórdia e da caridade de Deus que pousa seu olhar sobre seus próprios filhos. A espiritualidade do diácono profeta é aquela da presença, da companhia, como fez naquela noite Cristo Jesus no caminho de Emaús (Lc 24,15-35). Ela deriva da descoberta da promessa de Deus no coração da nossa história para torná-la presente na nossa vida. Por isso, sua espiritualidade profética atesta as agruras da realidade presente, mas, à luz da Palavra de Deus, é cheia de esperança na ação salvífica de Deus que age na história através da vida das pessoas. A espiritualidade do diácono levita, ou pastor, nasce da experiência do discípulo, daquele que se coloca no seguimento do mestre Jesus e na confiança de que este o chama para segui-lo na fidelidade.
Tenhamos presente que, na disponibilidade de seguir, amar e servir o mestre Jesus, se realizam todas as vocações na vida da Igreja comunidade povo de Deus.
Tende Todos um bom domingo.