Dom José Gislon, OFMCap.Bispo de Erechim, Brasil: "O Diaconato como serviço"

Estimados Diocesanos! Há cinquenta anos, foi concluído o Concílio Ecumênico Vaticano II. Ele foi um sopro do Espírito Santo que deu início à renovação da vida da Igreja, na sua missão de responder aos anseios espirituais de uma sociedade que passava por um processo de mudanças profundas no contexto social, político, econômico, cultural e religioso.

O Concílio deu oportunidade à Igreja de fazer uma releitura histórica do seu longo caminho percorrido, mas ao mesmo tempo de fazer uma reflexão sobre o seu compromisso de continuar anunciando o Reino de Deus na história encarnada na vida dos homens e das mulheres de um mundo em mudanças.

A nossa Diocese de Erexim, criada após o término do Concílio, procurou, desde o início, assimilar as propostas conciliares na sua ação pastoral. Uma das novidades propostas pelo Concílio foi restabelecer na Igreja o diaconato permanente. Não nos moldes da Igreja primitiva, quando tinha função importante própria da época na vida da Igreja e da sociedade. Mas recuperando o diaconato como dom de Deus, do chamado e da vocação para viver a missão a serviço da Igreja comunidade povo de Deus nas atuais circunstâncias. Graças à resposta generosa ao chamado de Deus, temos na nossa Diocese vários diáconos, alguns servindo a Igreja nas comunidades por muitos anos. Outros já solicitaram o merecido direito de se tornarem eméritos. Porém, pelo chamado contínuo que Deus faz ao coração dos homens para colaborarem no anúncio do Reino, também temos aqueles que assumiram o ministério recentemente.

Podemos dizer que, no ministério, os diáconos vivem a espiritualidade que nasce da missão de serem samaritanos, profetas e levitas. A espiritualidade do diácono samaritano nasce da experiência e da descoberta da misericórdia e da caridade de Deus que pousa seu olhar sobre seus próprios filhos. A espiritualidade do diácono profeta é aquela da presença, da companhia, como fez naquela noite Cristo Jesus no caminho de Emaús (Lc 24,15-35). Ela deriva da descoberta da promessa de Deus no coração da nossa história para torná-la presente na nossa vida. Por isso, sua espiritualidade profética atesta as agruras da realidade presente, mas, à luz da Palavra de Deus, é cheia de esperança na ação salvífica de Deus que age na história através da vida das pessoas. A espiritualidade do diácono levita, ou pastor, nasce da experiência do discípulo, daquele que se coloca no seguimento do mestre Jesus e na confiança de que este o chama para segui-lo na fidelidade.

Tenhamos presente que, na disponibilidade de seguir, amar e servir o mestre Jesus, se realizam todas as vocações na vida da Igreja comunidade povo de Deus.

Tende Todos um bom domingo.

Deja una respuesta

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *