No marco das comemorações do cinquentenário do Concílio Ecumênico Vaticano II, celebra-se também o jubileu de ouro da restauração do Diaconado Permanente.
O Diaconado tornara-se uma etapa na preparação para o ministério presbiteral. A decisão do Concílio de restabelecer este ministério de modo estável foi uma das novidades da renovação eclesial. No Brasil os diáconos foram paulatinamente se tornando cada vez mais numerosos e mais atuantes nos vários âmbitos da vida da Igreja.
Os diáconos são chamados a ser um ícone vivo de Jesus “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Por meio do sacramento da Ordem, são identificados sacramentalmente a Cristo Servo. São ordenados para o serviço da Palavra, da caridade e da liturgia. O Documento de Aparecida indica “a formação de novas comunidades eclesiais, especialmente nas fronteiras geográficas e culturais, onde ordinariamente não chega a ação evangelizadora da Igreja” (Doc Ap 221) como uma missão-serviço dos diáconos. O serviço os transforma em mensagem viva e em convite a toda a Igreja – discípula missioServir ao povo de Deus nária – a percorrer sempre o caminho evangelizador do Evangelho. Vivendo radicalmente a própria vocação e cumprindo com ardor a missão que receberam, os diáconos estão à frente no serviço que a Igreja presta à vida ameaçada e ferida, aos que se encontram caídos à beira da estrada, à espera do Bom Samaritano que, com o óleo de sua misericórdia, que lhes restaure a dignidade e devolva a alegria de viver.
O diácono exerce sua missão na comunidade eclesial vivendo com sua família. A maioria dos diáconos têm esposa e filhos que, com amor e ânimo ajudam no exercício do ministério e carregam com eles o peso das dificuldades que o serviço diaconal comporta. Ser esposa de um diácono é uma vocação e comporta também uma missão. Com discrição o ouve e intui os desafios pelos quais a vida e a missão do marido passam. A esposa e os filhos com abnegação, entendem as ausências do lar, que o serviço à Igreja e ao mundo exigem, pois são a essência do ministério diaconal Às famílias, portanto, cabe também uma palavra de gratidão e encorajamento. Como não recordar que também a Virgem Maria e São José participaram da missão salvífica de seu Filho?
Em nome da Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, agradeço pelo testemunho e pelo serviço. Encorajo a prosseguirem trilhando decididos o caminho de uma Igreja em saída missionária, que vai pelo mundo servindo e testemunhando a misericórdia universal de Deus.
Neste jubileu, peço a Deus que abençoe os nossos Diáconos com o júbilo que só se encontra na doação amorosa da própria vida.
Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário Geral da CNBB