O testemunho de algumas viúvas de diáconos

Este artigo é um resumo  de artigo escrito pelo Acadêmico Adriano Antunes e pelo professor Sergio Ferreira, em novembro de 2011.

Entrevistas com viúvas de Diáconos Permanentes* da comarca de São José, na arquidiocese de Florianópolis, procurei investigar qual a influência da mulher no sacerdócio do esposo, e mais especificamente saber do relacionamento da instituição religiosa na vida da esposa, e depois viúva do diácono.

O diaconado é o primeiro grau do Sacramento da Ordem, os outros são o presbiterado e o episcopado, formando assim a hierarquia da Igreja. Porém, somente o diácono permanente vive a dupla sacramentalidade: Ordem e Matrimônio. Segundo os documentos de Santo Domingo (IV Conferência do Episcopado Latino-Americano), um sacramento não anula o outro e, por isso, o matrimônio é vivido em plenitude.

As entrevistas eram pretendidas para uma hora no máximo, mas todas ultrapassaram o limite de duas horas; impressionante como estas mulheres tem tanto a dizer e testemunhar. O foco da entrevista para realização dos intentos do trabalho era realizar três questões:

– Como era sua vida religiosa antes da ordenação diaconal do esposo?

– Como foi sua vida religiosa durante o tempo que o esposo era diácono permanente?

– Como está a sua vida religiosa como viúva de diácono permanente?

Referente ao primeiro questionamento houve unanimidade nas respostas das quatro entrevistadas. O enfrentamento de longos períodos de dificuldades financeiras.

Quanto ao segundo questionamento referente ao período em que o esposo foi ordenado Diácono Permanente, suscitou algumas diferenças individualidades quanto a postura como esposa ou “diaconisa”. No acompanhamento aos serviços religiosos todas sempre se fizeram presentes ao lado do esposo e quando não o podiam, o filho ou filha mais velha acompanhava o pai, sempre como muito préstimo. A figura do ordenado assume um significado de expressão e respeito na comunidade, referencial de vida religiosa; nisto acarretam comprometimento e grandes responsabilidades no papel de liderança.

Sobre o terceiro questionamento outra vez, houve respostas parecidas que revelaram que a igreja como instituição religiosa sempre as amparou, na pessoa dos Padres, Diáconos, administradores paroquiais e da CADIP.

Somente uma mágoa ele tem pelo fato de terem tirado seu nome de certo movimento da igreja sem seu consentimento, por julgarem que na situação de viuvez não seria justo exigirem seus serviços e préstimos.

Ficou claro nas entrevistas realizadas com algumas viúvas de Diáconos Permanentes da Comarca de São José na Arquidiocese Metropolitana de Florianópolis, que esta instituição religiosa oferece apoio e suporte aos familiares de ministros ordenados, quando estes vêm a faltar.

Pude perceber estes gestos concretos da igreja nas falas destas santas viúvas, que continuam ainda por doar-se ao serviço religioso, mesmo que condicionalmente por motivos de saúde.

O reconhecimento e valorização em suas comunidades pelo papel que desempenharam ao lado do diácono, ou que ainda desempenham, as colocam em um nível imaginário de santificação; toda a devoção e respeito antes legados ao marido diácono, agora é transferido simbolicamente para estas mulheres, esposas e viúvas.

Notável que as esposas tiveram sempre acompanhando os esposos diáconos, mas não meramente como acompanhantes, eram parceiras e colaboradoras no serviço diaconal.

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