O Papa Francisco e o Diaconado Permanente

Diác. Gonzalo Eguía
Coordenador de Servir en las periferias
Bilbao, Espanha, 2 de Outubro de 2017

No mês passado deixamos a informação sobre a publicação do livro “ O diaconado no pensamento do Papa Francisco. Uma Igreja pobre e para os pobres”, escrito pelo diácono Enzo Petrolino. O Informativo deste mês recolhe o prólogo que o Papa Francisco escreveu para este livro. Seis reflexões compõe o prólogo do Papa, as quais serão expostas de seguida.

O ministério diaconal sob a proteção da renovação eclesial do Concílio Vaticano II, os diáconos “pioneiros da nova civilização do amor”. O Papa vincula o ministério diaconal à renovação que representa para a Igreja o Concílio Vaticano II. Neste quadro o diaconado recupera a razão de ser dentro da Igreja e na sociedade, como manifestação viva do serviço a Cristo e ao mundo. O Magistério posterior ao Concílio desenvolveu este ministério respondendo ás necessidades de serviço que a Igreja introduziu. Recorda o Papa: “O ministério diaconal, portanto, deve ser visto, como parte integrante do trabalho realizado pelo Concílio com o fim de preparar a Igreja, em sua integralidade, para um apostolado renovado no mundo de hoje. Os diáconos podem ser definidos-e com razão-como pioneiros da nova civilização do amor como gostava de dizer João Paulo II”.

Necessidade de uma análise do desenvolvimento do diaconado permanente. O Santo Padre convida a analisar a evolução que tem vivido o ministério diaconal com a finalidade de projetar seu futuro, nesta análise será necessário ter em conta a doutrina, as orientações pastorais e as exortações que o Magistério dedicou ao diaconado permanente. Este trabalho deverá garantir uma melhor compreensão da razão de ser do diaconado, assim como as tarefas que os diáconos prestam e devem prestar no momento atual.

O diaconado permanente como impulso vital na Igreja para manifestar a diaconia. O Papa traz na primeira reflexão a análise anteriormente proposta. Para o pontífice, o diaconado permanente supõe uma oportunidade para que a Igreja possa converter-se ela mesma “ em sinal visível da diaconia de Cristo Servidor na história dos homens”. Encomenda desta forma aos diáconos serem promotores de uma “consciência diaconal” das Comunidades.

O diaconado permanente associado ao ministério apostólico e á Evangelização. O Sumo Pontífice liga o ministério diaconal ao ministério apostólico, “haveis chegado a ficar associados com Pedro e João e todos os Apóstolos”, e o orienta até á razão de ser da Igreja, a Evangelização. Já em sua homilia na altura do Jubileu dos diáconos do ano passado insistiu nesta ideia: “ O discípulo de Jesus não pode caminhar por uma via diferente da do Mestre, senão que, se quer anunciar, deve imitá-lo, como fez Paulo: aspirar a ser um servidor. Dito de outro modo, se evangelizar é a missão destinada a cada cristão no batismo, servir é o estilo mediante o qual se vive a missão, o único modo de ser discípulo de Jesus. Sua testemunha é aquela que faz como ele: o que serve aos irmãos e ás irmãs, sem cansar-se da vida cristã que é vida de serviço” (Roma, 29 de maio de 2016)

O diaconado permanente e o cuidado vocacional. O Papa sublinha a importância do cuidado das vocações e da oração por todas elas, apontando a vocação diaconal.

Por último, o Papa relaciona intimamente o diaconado com estas três palavras: Diaconia, Eucaristia e Pobres. Recomenda neste sentido aos diáconos a vivência pessoal que moveu a vida de S. Francisco de Assis, para poder viver existencialmente a opção preferencial pelos mais empobrecidos numa Igreja pobre e para os pobres.

Além disso, durante o mês de setembro recordamos o décimo quinto aniversário do documento da Comissão Teológica Internacional “O diaconado: Evolução e perspetivas”.

Com o objetivo de conhecer mais profundamente o diaconado dos Estados Unidos da América, o país com maior número de diáconos do mundo, o informativo começa a publicar traduzido o documento “Um retrato do diaconado permanente nos Estados Unidos (2014-2015)”, o último estudo que a Universidade de Georgetown realizou sobre o diaconado permanente naquele país. Nesta ocasião destaca a informação de que 16% dos diáconos são hispânicos ou latinos.

Entre os Encontros e Retiros destaca o realizado pelo diaconado permanente do Equador entre os dias 11 e 14 de setembro, na cidade de Cuenca, organizado pela Comissão de Ministérios e Vida Consagrada da Conferência Episcopal Equatoriana.

Em relação com as Igrejas locais, se junta a homilia que o arcebispo de Évora, em Portugal, pronunciou durante a ordenação de dezoito diáconos permanentes.

O Informativo incorpora as habituais reflexões de diáconos ibero-americanos, a oitava entrega do diácono Martín Sáenz de Costa Rica (VIII-A iniciativa de Monsenhor Barrantes), e a quarta do diácono espanhol Alberto Jaimez (“Pastoral diaconal  IV. Terra de Missão”).

Na secção dos “Testemunhos” o Informativo recolhe de nosso companheiro, o diácono Víctor Loaiza, com o motivo de sua experiência matrimonial com Rossi, sua mulher recentemente falecida.

Na secção de “Mulher” destacam duas notícias: a afirmação da religiosa espanhola Nuria Calduch-Benages, membro da Comissão Vaticana de Estudo do Diaconado Feminino: “ Estamos prestes a terminar o trabalho que nos encarregou o Papa” ;e o posicionamento da Associação de presbíteros católicos de Irlanda sobre o diaconado feminino.

No campo da família diaconal destaca a notícia da criação da Comunidade Juvenil Diaconal na arquidiocese de Bogotá. É sem dúvida alguma uma contribuição inovadora para trabalhar com o mundo juvenil, que orienta seu olhar para uma Igreja sensibilizada com os mais necessitados.

Em nome da Equipa de Redação e Coordenação, um fraternal abraço.

 

Traducción al portugués del original: Diácono Mario Henrique Pinto

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