NÃO DEIXEMOS QUE NOS ROUBEM A COMUNIDADE!

 

Diácono José Durán y Durán

Esta expressão do Papa Francisco na Evangelli Gaudium, 92 inspira um grande questionamento para o ministério do diácono.

Em primeiro lugar nos remete a nossa condição de vigias e pastores para que as comunidades não só não sejam atacadas pelos mais diversos perigos da sociedade atual, como também da necessidade de cuidar, animar, fortalecer o espírito de comunidade.

É fácil roubar, pilhar, destruir as pequenas comunidades quando não damos atenção, quando as deixamos abandonadas. Em geral as comunidades menores das periferias são as menos assistidas. Poucos são os que se ocupam com elas como as prediletas. Vivemos um catolicismo concentrado nas paróquias.

Desde o Concílio Vaticano II até hoje o Magistério nos apresenta os diáconos como aqueles que dirigem em nome do pároco ou do bispo comunidades cristãs distantes, dispersas, nas periferias existenciais, nas fronteiras geográficas e culturais.

É uma tristeza constatar como se reduziu nos últimos anos o número de comunidades eclesiais de base. Houve um aumento de diáconos, mas não houve proporcionalmente um aumento de pequenas comunidades.

Em segundo lugar esta expressão de Francisco também nos alerta para que “exijamos” dos nossos bispos que nos enviem para as pequenas comunidades. “Exijamos” dos nossos vigários que nos responsabilizem pelas comunidades mais abandonadas que existem na paróquia, ou que nos deem carta branca para criar comunidades. Não fiquemos só celebrando batizados, casamentos, liturgias. Não deixemos que nos seja tirada a nossa missão de criar, animar, formar as pequenas comunidades. Não deixemos que nos tirem as comunidades.

Em terceiro lugar a referida expressão nos leva a refletir sobre a crise comunitária que vive o diaconado. No primeiro encontro dos ex-presidentes da CND, realizado em setembro deste ano, constatamos com pesar, que há uma enorme desmotivação dos diáconos para participar dos encontros diocesanos e regionais.

Ora, nós mesmos estamos destruindo a nossa comunidade diaconal. Não sejamos ladroes de comunidade. Quem não participa dos encontros organizados pelas Comissões Diocesanas ou Arquidiocesanas de Diáconos, está colaborando para enfraquecer e destruir um organismo de comunhão e fraternidade. Um organismo que nos ajuda a fortalecer nossa espiritualidade e nossa formação para o ministério. Ninguém consegue se sustentar vivendo isolado. Só quem tem espírito comunitário, espírito trinitário, é capaz de ser animador e construtor de comunidades. Quem vive acomodado, não tem espírito missionário para sair ao encontro das comunidades das periferias. Os encontros diocesanos de diáconos e esposas são fonte de renovação, de ânimo, que nos ajudam a fortalecer o nosso compromisso ministerial. Se vivermos bem o espírito da comunidade diocesana de diáconos, isto se refletirá na participação nas atividades do regional e do nacional.

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