I Encontro dos ex-presidentes da Comissao Nacional de Diáconos (CND) Brasil

Diácono José Durán y Durán

Atendendo ao convite do atual presidente da CND, Diác. Zeno Konzen, estivemos reunidos em Apucarana-PR, nos dias 15 e 16 de setembro de 2016, no Centro de Evangelização Dom Romeo Alberti, na Diocese de Apucarana, os diáconos Zeno Konzen; Dorvalino Bertasso; José Durán; Odelcio Calligaris e sua esposa Fátima. O Diác. Franco Chippari não pode estar presente por motivos de saúde.

Iniciamos rezando as Laudes, e depois de uma partilha sobre a vida de cada um, vimos o objetivo deste primeiro encontro. Este encontro já tinha sido pensado muitas vezes, mas agora se tornou necessário para resgatar a memória histórica do diaconado do Brasil e para somar a experiência dos trinta e cinco anos de CND.

O objetivo geral do encontro foi analisar a caminhada do diaconado no Brasil nos últimos tempos; conferir os desafios do contexto atual e propor sugestões para a Diretoria.

O Diác. Zeno informou que a Comissão Nacional de Presbíteros já faz o encontro de ex-presidentes há alguns anos e consta dos estatutos da CNP.

A pauta de trabalho contemplou os seguintes assuntos:

  1. Situação da CND e sua Diretoria.
  2. Propostas para revisão dos Estatutos da CND.
  3. Escolas Diaconais.
  4. Próxima Assembleia Geral da CND.
  5. Propostas e sugestões.
  6. A respeito da situação da CND e sua Diretoria, o Diác. Zeno informou que houve serias dificuldades econômicas e de assessoria durante a primeira gestão dele, mas que agora há uma renovação dos assessores e estão sendo contornados alguns problemas e há boas perspectivas.

A respeito do diaconado em geral enfrentamos alguns desafios:

  1. a) Infiltra-se uma mentalidade “mundanista” na expressão do Papa Francisco. Uma mentalidade de “sindicato” ou de associações de bairro na hora das eleições das diretorias diocesanas, regionais, na hora de revisões de estatutos e regimentos.
  2. b) Perda da consciência do que é ser diácono. Entra uma mentalidade de se impor com títulos de doutores e outros, procurando status no lugar do serviço humilde.
  3. c) Há uma crescente dificuldade de articulação e comunicação para que as noticias da CND cheguem a todos os diáconos.
  4. d) Há uma enorme desmotivação para participar dos encontros diocesanos e regionais.
  5. e) As novas gerações de diáconos desconhecem a história da CND.
  6. f) Ainda persiste em algumas dioceses uma falta de clareza sobre as funções do diácono e a sua missão.
  7. g) Dá a impressão de que a CND deu uma parada. A reflexão sobre o ministério e as propostas de ação não avançaram. Seria necessário novo impulso.
  8. h) Está havendo um impasse a respeito das carteiras de identificação diaconal, a emitida pela CND e a emitida pela CNBB. É urgente fazer os devidos esclarecimentos.
  9. A maior parte de nossa reunião foi dedicada a analise das propostas para revisão do Estatuto da CND. Entre os assuntos mais ponderados destacamos:
  10. a) Capítulo IV, Artigo 9°, parágrafo 5° sobre a limitação de participantes na assembleia.
  11. b) Capitulo VIII, Artigo 13°, parágrafo 2° sobre a qualificação e condições dos diáconos que poderão concorrer a cargos da Diretoria da CND.
  12. c) Capitulo V, Artigo 14°, parágrafo 4° sobre o mandato do Presidente da Diretoria ser só por uma vez.
  13. d) Capitulo VII, Artigo 22°, para este artigo foi proposto eliminar o parágrafo 1° e 2° e ficar com a seguinte redação: “A Diretoria eleita pela CND toma posse automática e definitiva com a homologação oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, que se dará através do Bispo Referencial ou outro representante da CNBB designado para esta finalidade, presente no ato.”
  14. e) Capitulo IX, Artigo 25°, parágrafo 1° e 2° sobre como efetuar as contribuições para a CND.
  15. f) Incluir no Capitulo VIII um artigo que contemple a realização periódica do Encontro dos ex-presidentes da CND.

Referente às Escolas Diaconais e a formação em geral foram feitas as seguintes constatações:

3.1. As escolas diaconais estão crescendo em número, mas nem sempre em qualidade.

3.2. Cada vez mais presbíteros assumem como diretores e formadores dos diáconos e nem sempre tem visão eclesial e ministerial adequadas e não são comprometidos com a promoção do ministério diaconal.

3.3. Estão sendo deixados de lado da formação diaconal diáconos, religiosos, religiosas e leigos que podem dar uma visão menos clerical do ministério, e que muitas vezes estão mais bem preparados teologicamente e pastoralmente de que alguns presbíteros.

3.4. Em algumas Escolas Diaconais o currículo mínimo não é respeitado e muitas vezes se deixam de lado assuntos relevantes e disciplinas importantes para a formação integral do diácono.

3.5. Nem sempre são oportunizados e acompanhados adequadamente os estágios pastorais. Seria importante propiciar estágios pastorais também na formação permanente.

3.6. Sobre os encontros nacionais de diretores e formadores das Escolas Diaconais seria oportuno revisar o método de convocação dos diretores e formadores; achamos que no contexto atual não há razões que justifiquem a realização de encontro só de diretores, como foi proposto por alguns no último Encontro Nacional das Escolas Diaconais.

3.7. Deveremos estar atentos na escolha dos temas a serem estudados nos encontros das Escolas Diaconais, para que estimulem a fazer novas experiências renovando métodos e estilo de escola.

  1. A próxima Assembleia Geral da CND será realizada de 18 a 21 de maio de 2017, em Aparecida. É uma Assembleia não eletiva cujo tema central será a revisão e aprovação do Estatuto da CND.

O Diác. Zeno convidou os ex-presidentes para participarem desta assembleia colaborando na condução da mesma, já que se trata de mudar alguns itens estatutários que precisam de explicações próprias de cada momento da caminhada.

  1. Propostas:

5.1. Criar a Editora CND.

Com o objetivo de divulgar a reflexão teológica e pastoral sobre o diaconado; a história do diaconado no Brasil; as biografias dos diáconos que se destacaram no ministério; os documentos do Magistério sobre diaconado; tradução de estudos publicados no exterior.

Ao mesmo tempo a Editora CND poderá ser uma fonte de recursos para sustentar atividades e projetos da CND.

Esta proposta deverá ser submetida a votação na próxima assembleia geral.

1.2.            Constituir uma equipe de assessoria de publicações da CND.

O Diác. Durán ficou autorizado para articular uma equipe para encaminhar ao Diác. Dorvalino a reedição de alguns subsídios da CND.

1.3.            Articular equipe para resgatar a realidade e reflexão sobre as Diaconias no Brasil.

O Diác. Durán ficou encarregado de articular esta equipe e foi autorizado para, em nome da CND, solicitar dados nas dioceses, e se fazer presente nas dioceses, quando for necessário, para ver de perto as experiências de diaconias e recolher o material existente.

1.4.            Criação do Encontro dos ex-presidentes.

Propomos que seja acrescentado um artigo nos Estatutos da CND que contemple esta possibilidade, porém, ficando flexível a sua periodicidade.

Este encontro realizado em espírito de comunhão e participação, partilhando experiência e sabedoria, como foi este nosso primeiro encontro, poderá tornar-se realmente um instrumento eficaz para ajudar a CND a alcançar os seus objetivos.

Encerramos o encontro com um momento de profunda oração de agradecimento e louvor ao nosso Deus e Senhor pelos momentos inesquecíveis que vivemos. Agradecemos também ao Diác. Dorvalino e a sua família pela acolhida e pelo testemunho de fé e de família unida que nos deram.

Depois nos transferimos para o Centro de Evangelização Família Sagrada –CEFAS, onde participamos da XXI Assembleia Geral Ordinária dos Diáconos do Regional CNBB Sul II, de 16 a 18 de setembro de 2016. Ali tivemos ocasião de saudar os irmãos diáconos, partilhar sobre o trabalho do nosso Encontro de ex-presidentes e deixar a nossa mensagem. Fomos muito bem acolhidos pelos irmãos diáconos do Sul II.

Diác. José Durán

Palmares, PE, 30/09/2016.

Foto: Diácono Dorvalino Bertasso – CRD Sul

Tomado de; cnd.org

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