Diáconos para as novas fronteiras da missão


Diác. Antonio Héliton Alves – Regional Sul 3 e integrante da ENAP – CND

Diáconos, Órgão Informativo da Comissão Nacional dos Diáconos do Brasil

Ano 6 – n º 67 – Fevereiro de 2012

Os bispos da América Latina e do Caribe, reunidos em Aparecida, nas dependências do Santuário, no período de 13 a 31 de maio de 2007, em sua reflexão sobre a realidade da Igreja no continente Latino Americano e Caribenho, apontaram para a necessidade de uma profunda conversão pessoal e pastoral e a efetiva presença da Igreja nos novos espaços, ou usando a expressão dos bispos, “novos areópagos”, onde a sua ausência se faz sentir, especialmente entre os mais humildes, os mais pobres, os mais sofridos, que estão nas periferias das cidades, principalmente nos grandes centros.

A conversão pessoal passa por uma mudança de mentalidade e a conversão pastoral por uma mudança das estruturas que respondem com dificuldade às demandas da sociedade, abrindo caminho para o que poderíamos chamar de “êxodo religioso”, oportunizando a que as novas ofertas religiosas encontrem um espaço de atuação onde a Igreja não consegue se fazer presente.

Outro grande desafio para a Igreja é a difusão de uma cultura hostil ao pensamento cristão, como o individualismo, o comodismo, a falta de solidariedade, a corrupção, a ganância e a desonestidade, a desvalorização da família, o abuso da sexualidade. Por fim, a indiferença religiosa, o ateísmo prático e um neo-paganismo.

O II Congresso Latino Americano e Caribenho de Diáconos Permanentes e esposas, acolhendo a proposta de Aparecida, procurou refletir sobre o papel do Diácono nesse novo momento da Igreja do Continente, apontando as perspectivas e o futuro dos diáconos nas novas fronteiras da missão, na formação de novas comunidades eclesiais. Aqui o diácono tem a oportunidade de fazer com que os batizados realizem o seu encontro com Senhor: a) na sua Palavra, fomentando uma “pastoral bíblica”, promovendo a formação na leitura orante da Palavra de Deus, educando o povo para a leitura da Bíblia; b) mediante a preparação para a celebração da Eucaristia, tornando-a o centro da vida da comunidade, como fonte e cume de toda a sua atividade, bem como a vivência e a celebração dos demais sacramentos; c) fortalecer a comunidade, estabelecendo vínculos especiais de convivência nas alegrias e nas tristezas dos seus membros; d) experienciar a fraternidade e a solidariedade, construindo uma sociedade mais justa e mais humana, partilhando os problemas a apontando soluções para as dificuldades encontradas. Atenção especial deve ser dada aos novos rostos sofridos que os bispos apontam: as pessoas que vivem nas ruas; os migrantes; os enfermos; os dependentes de drogas; os presidiários.

Outros espaços disponíveis para a atuação diaconal são os Meios de Comunicação Social, as associações de profissionais, o mundo das empresas, nas diversas Pastorais Sociais (dos Operários, do Povo de Rua, dos Pescadores, dos Nômades, da Mulher Marginalizada, da Criança, do Menor, da Saúde, dos Migrantes, da Terra, dos Encarcerados). nas Obras Assistenciais (Campanha da Fraternidade, Fundos de Solidariedade, Cáritas, Abrigos, Creches, Hospitais, Escolas) e muitos outros projetos que buscam minimizar o sofrimento dos irmãos abandonados e excluídos do pleno convívio da sociedade.

Concluindo: nesse contexto de urgência pastoral, cabe ao diácono, discípulo e seguidor do Mestre, no exercício do tríplice múnus do seu ministério (Liturgia, Palavra e Caridade), dar um novo impulso na sua atividade e assumir esse desafio proposto pelos bispos.

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