Diácono, o homem da caridade


Padre Norberto Savietto

Assessor Espiritual dos Diáconos Permanentes da Diocese de Jundiai

Salto/SP, Brasil, 16 de junio de 2010

http://www.sbenedito.diocesedejundiai.org.br


Na Igreja Primitiva, o ministério diaconal foi instituído, principalmente para servir as mesas, isto é, atender os órfãos e as viúvas, em cujas figuras podemos entender todo tipo de pessoa que precisa de ajuda. Assim os discípulos poderiam ficar mais voltados à Pregação da Palavra (cf. At 6,1-6).

 

Foi o Concílio Vaticano II que redescobriu esse ministério justamente porque centrou-se mais no ser humano de forma integral, valorizando não somente a dimensão espiritual, mas também sua dignidade e seu bem estar. De fato, se eu ver um irmão meu passando necessidade e não fizer nada, posso dizer que tenho fé? (cf. Tg 2, 15-17).

 

Já no fim do século XX e início deste novo século dá-se a impressão de que a Igreja diminuiu um pouco a sua atuação no campo social, voltando-se mais para as ações chamadas “espirituais” que compreendem celebrações litúrgicas mais místicas, com um olhar mais vertical e menos horizontal. Com isso o ministério diaconal perdeu também sua identidade principal que é a caridade social, ou seja, o serviço aos mais abandonados da sociedade, em todos os sentidos. É chegada a hora de redescobrirmos a vocação diaconal e, sem deixar a pregação e a ação litúrgica, dedicar-se um pouco mais aos trabalhos sociais.

 

Como seria benéfico para nossa Diocese ver os diáconos muito mais envolvidos com os trabalhos sociais; participando e animando as várias pastorais sociais da Diocese a fim de que elas sejam ainda mais presentes e ativas nas paróquias, possibilitando assim aos irmãos mais excluídos um vínculo maior com nossas comunidades. Seria a prática daquele magnífico trecho do evangelho segundo Mateus (25,35-36): “… pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me”.

 

Que ótimo seria também ter um grupo de diáconos assessorando mais de perto a Pastoral “Fé e Política”, para lutar contra as injustiças, defender as causas dos mais pobres, criticar as leis que estão prejudicando o povo, denunciar os políticos que fazem corrupção.

 

É lógico que contamos também com o apoio dos presbíteros nessa reestruturação e com a participação de muitos fieis leigos que ainda não se engajaram de maneira mais profunda nos trabalhos da Igreja.

 

Vamos caminhar juntos, deixar fluir novas ideias, descobrir novos caminhos para uma pastoral diaconal mais ativa em benefício de todos. Creio que chegou a hora de “avançar o barco (Igreja) para as águas mais profundas” (cf. Lc 5,4), que a pescaria será mais abundante e trará alegria para todos.

 

Que o Espírito Santo nos ajude para que o antigo seja renovado e que outras coisas novas sejam criadas.

 

Gracias al Diác. Benedito Pedro

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