A qualificação do ministério diaconal

Diácono José Carlos Pascoal

Dois aspectos muito significativos e altamente positivos têm chamado a atenção neste ano, com relação ao Diaconado Permanente: reflexão sobre a vida familiar do Diácono Permanente e sobre o Ministério da Caridade.

Pode parecer estranho destacar como algo extraordinário o que deveria ser comum na vida e no ministério do diácono. Mas, quanto mais se procura aprofundar esses temas, mais se destaca a qualificação para o exercício ministerial. Em outras palavras: a volta às origens, a “redescoberta” do primeiro amor.

Quem participou ou recebeu informações das Assembleias Gerais da CND de 2011 e 2015, além das Assembleias não Eletivas, e ainda, do II Congresso Latinoamericano do Diaconado Permanente, realizado de 24 a 29 de maio de 2011, em Itaicí, Indaiatuba, SP, deve ter acumulado valiosos ensinamentos sobre a vida familiar e sobre o pleno exercício da Dimensão da Caridade.
Os temas “A Identidade do Ser Diaconal”, da Assembleia Geral Eletiva de 2011 e “Diáconos, Apóstolos das Novas Fronteiras da Missão”, do II Congresso Latinoamericano e do Caribe, trouxeram indagações e reflexões importantes à serem respondidas pelos diáconos e esposas, e para a formação dos novos diáconos perma-nentes. Muitos questionamentos passam a ser respondidos através do testemunho pessoal, familiar e comunitário.

Há diáconos que ainda não conseguem incorporar as três dimensões: Palavra, Caridade e Liturgia. Apegam-se demais à uma das dimensões, trazendo prejuízos à sua própria identidade diaconal. Vangloria da sua pregação ou do seu conhecimento litúrgico, sem perceber que, faltando a prática da Caridade, o exercício do ministério diaconal não é completo.

Há diáconos que ainda não conseguiram equilibrar a vida familiar com as funções na Igreja. Não conseguem dialogar com o Pároco que lhe impõe muitas atividades eclesiais em detrimento dos importantes momentos familiares. Por sentir-se importante e elogiado, acaba assumindo funções que poderiam ser exercidas por leigos. Os dois encontros citados acima nos levaram a questionar isso.

Vários Bispos e Comissões Diocesanas estão tomando iniciativas de reflexões sobre o Diaconado Permanente, priorizando a formação permanente com destaque para a vida familiar do Diácono e sobre o exercício do Ministério da Caridade. Isso vai enaltecer ainda mais o trabalho e a importância do Diácono Permanente na Diocese, nas Paróquias, nas Comunidades.

Também isso reflete sobre a formação dos candidatos ao diaconado. Em muitas escolas diaconais prioriza-se a teologia e a liturgia, sem o devido destaque à Doutrina Social da Igreja e da Pastoral Social. Esse quadro precisa ser mudado urgentemente. Um estágio em atividades pastorais, em especial as sociais, nas comunidades, aliado aos estudos teológicos, bíblicos e litúrgicos, enriqueceria ainda mais a formação dos futuros diáconos.

Estamos vendo com muita alegria a preocupação dos Bispos, da CND, das CRDs, das CADs e CDDs com a formação permanente. Deus seja louvado. Não basta ser ordenado: é preciso SER DIÁCONO.

* O autor é coordenador da ENAC – Equipe Nacional de Assessoria de Comunicação da CND – Comissão Nacional dos Diáconos

Tomado de: cnd.org.br

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