50 ANOS DO DIACONATO PERMANENTE

Tomado de: O Servo. Informativo On Line Da Comissão Regional Dos Diaconos Crd Sul I – Estado de São Paulo. Ano IX – nº 104 – Maio de 2015
171172ácono José Antonio Jorge, Arquidiocese de Campinas
 Estamos comemorando os 50 anos da restauração do Diaconato Permanente – o terceiro grau no Sacramento da Ordem. Esta restauração no Ocidente – pois no Oriente não houve interrupção neste grau da hierarquia – aconteceu graças ao Concílio Vaticano II, o 21º. Concílio Ecumênico, que propôs o “aggionamento” da Igreja, o “colocar-se em dia”, “atualizar-se”, nas palavras do papa João 23. Em comemoração a esta data, a Comissão Nacional dos Diáconos organizou a X Assembléia Geral Ordinária, para debater o tema: “O Concílio Vaticano II e os 50 anos de Restauração do Diaconato Permanente” tendo como lema: “Anunciando o Evangelho por todas as cidades”(At 8,40). Estiveram presentes a este evento em Aparecida de 23 a 26 de abril 280 diáconos representando 160 dioceses brasileiras, acompanhados de 128 esposas, 7 bispos, 8 presbíteros, 3 religiosos e um leigo – o presidente do Conselho Nacional dos Leigos. Os quatro primeiros diáconos permanentes do Brasil foram ordenados em Bogotá, pelo papa Paulo VI, em 1968, no encerramento do Congresso Eucarístico Internacional. Dos 50 mil diáconos no mundo, a Igreja no Brasil conta com o ministério de 3.400 diáconos permanentes, mais 1.600 em formação, confi gurados a Cristo na sua função de Servo. O diácono, como parceiro do padre, está a serviço do ministério episcopal. Na Didascália (catecismo do século III) o diácono aparece como a mão direita do Bispo. Uma característica deste grau do ministério ordenado é a dupla sacramentalidade: recebe os Sacramentos do Matrimônio e da Ordem, o que os coloca mais próximos do povo motivando o protagonismo dos leigos. Exerce o múnus da Palavra, da Liturgia e da Caridade – no atendimento aos pobres e marginalizados. É chamado a ser apóstolo das novas fronteiras, das periferias existenciais e geográfi cas. Na linha da Caridade, o Serviço é a marca fundamental do diácono e o símbolo do seu ministério é o lavapés, a exemplo de Cristo – o Diácono do Pai. Exerce “o Serviço da Igreja sacramentalizado”, nas palavras de são João Paulo II. Pela conversão pessoal e pastoral, seu ministério deve se espelhar na atitude de Jesus que disse: “Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (cf. Mc 10,45) . O ministério diaconal é emoldurado por três dimensões: vocação, formação e missão. A vocação é dom de Deus, é graça, chamado, escolha… “não fostes vós que me escolhestes…”, é apostólica. A formação não é apenas intelectual, mas enraizada na mente e no coração: emocional e espiritual. A missão coloca a Igreja em saída, desinstalando-se nas periferias. Torna a Igreja samaritana, a serviço do Povo de Deus, participando das pastorais sociais, à luz das necessidades da Igreja de hoje. O diácono deve evangelizar de um modo novo a mensagem de Cristo, a partir da fi delidade tanto à Sagrada Escritura, como à Tradição e Magistério da Igreja, enfrentando os desafi os de cada é- poca. “Em síntese, é de forma privilegiada que o diácono permanente é chamado a exercer a dimensão profética de seu ministério, assumindo sua característica de ser ponte entre as esferas eclesiais e civis, e se empenhando para formar as consciências na solidariedade e cidadania, tarefa que se tem mostrado cada vez mais urgente e vital para a religião” (CND, 198).
* José Antonio Jorge, diácono da Arquidiocese de Campinas, mestre em Teologia e doutor em Agronomia, autor do “Dicionário Informativo Bíblico, Teológico e Litúrgico” e do livro “Escuta Cristã”.

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