Entrevista de Dom João Francisco Salm, Referencial dos Diáconos do Brasil

 

No final da II Assembleia Nacional não Eletiva dos Diáconos do Brasil, organizada e realizada pela Comissão Nacional dos Diáconos (CND), no período de 18 a 21 de maio de 2017, em Aparecida-SP, a Equipe Nacional de Assessoria de Comunicação (ENAC) conversou com Dom João Francisco Salm, bispo referencial para os Diáconos no Brasil. Ele faz uma avaliação da Assembleia, e fala sobre a caminhada do Diaconado no Brasil e sobre espiritualidade diaconal.

ENAC: Que avaliação o Senhor faz da II Assembleia Nacional não eletiva dos Diáconos do Brasil?

Dom João: Assembleia, só pelo fato de ter reunido, aqui, diáconos, com as esposas, do Brasil inteiro, já é um evento que merece admiração, respeito e consideração. Tivemos o encontro, a partilha e, muito importante, a aprovação dos Estatutos; ouvimos palestras e rezamos juntos. Foi um evento importante que, certamente, beneficiou os presentes e vai produzir frutos, não só para os diáconos e suas famílias, mas também para nossas comunidades da Igreja, no Brasil.

ENAC: Como o Senhor vê a caminhada do Diaconado no Brasil?

Dom João: É um caminho, como temos repetido aqui, constantemente, que temos, ainda, pela frente. É verdade que já são 50 anos, desde o Concílio, mas nós estamos ainda fazendo uma experiência nova, sobretudo porque, além de ser o próprio exercício do Ministério uma realidade um pouco mais complexa, porque envolve a família, a presença na comunidade, a profissão do Diácono e a dupla sacramentalidade, nós temos um Brasil de realidades muito diferentes, muito distintas. Isso tudo tem incidência sobre o processo formativo, sobre o modo de conceber o Ministério dentro das dioceses, os bispos, tarefas que lhes são incumbidas, tudo isso é uma coisa grande e, sobretudo, me parece que é grande a responsabilidade dos diáconos atuais de, entendendo seu caminho e seu papel, ajudarem a fazer esse caminho para que se consolide, cada vez mais, esse Ministério tão importante, necessário e muito significativo em vista do futuro para a Igreja.

ENAC: É possível vislumbrar uma espiritualidade própria do Diácono e da Família?

Dom João: Sim, eu penso que sim. Quando se trata de espiritualidade é sempre uma realidade muito rica e, de certa forma, digamos assim, muito complexa, porque cada pessoa tem uma espiritualidade própria, o modo como ela se relaciona com Cristo, com Deus, o modo como ela, nessa relação, vai tirando consequências para sua vida, tudo isso vai desenvolvendo, dentro dela, um ser, predisposições, um conjunto de atitudes. Ela vai, também, assumindo na sua vida certas práticas, exercícios de espiritualidade que envolvem a oração, a meditação da Palavra, a leitura dentro da Palavra, os Sacramentos, a prática do Evangelho, a caridade com os irmãos, a inserção na comunidade. É uma coisa, assim, muito própria. Mas é evidente que, sendo o diácono alguém que tem uma identidade própria, há pontos básicos que devem estar presentes numa espiritualidade diaconal. Eu acho, também, que esse caminho que os diáconos são chamados a fazer, deve ajudar a desenvolver alguns pontos que são típicos de uma espiritualidade diaconal, de serviço, enfim, de alguém que é pai, que é esposo, que tem família, que está inserido numa comunidade, que é chamado a evangelizar, a prestar serviço. Pra viver isso tudo, é preciso ter uma predisposição interna e isso é espiritualidade, lhe confere uma identidade, uma personalidade. Então, são coisas bonitas e grandes que eu acho que devem ser consideradas, ainda, e o futuro revela coisas bonitas para nós.

Tomado de: cnd.org.br

 

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