"Maria, Mãe e Missionária": Artigo do Diácono Roberto Castilhos Nunes, de São Leopoldo, Diocese de Novo Hamburgo, RS (Brasil)

Diácono Roberto Castilhos Nunes

Secretário da Escola Diaconal Santo Estevão, de Novo Hamburgo, RS

A vocação primordial da Igreja é a de ser missionária. Assim como a mãe na família é sinal de procriação, de aumento da prole, a missão dos membros da Igreja é a de multiplicar seus batizados e fazê-los perseverar na fé. Missionário é aquele que leva Jesus aos outros e Maria desde cedo já se ocupava dessa tarefa. Tão logo aceitou ser a Mãe de Jesus, partiu apressadamente rumo às montanhas da Judeia para visitar a sua prima Isabel, que estava grávida de João Batista. Foi com o intuito de ajudar sua prima em suas necessidades – Isabel era uma senhora de idade e, por milagre de Deus estava sendo contemplada pela graça da maternidade – mas também uma viagem missionária, afinal, foi a primeira vez que alguém levou Jesus aos outros.

Nas orações da Igreja, Maria, a Mãe de Jesus, é saudada como Rainha dos Apóstolos. Recebeu esse título porque foi a que melhor entendeu o chamamento de seu próprio filho: “ide por todo mundo e fazei discípulos meus, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Ao transmitir essa regra aos apóstolos, Jesus deu a entender que a realização desse mandamento era a perpetuação de sua Igreja. Desde então, até os nossos dias, a missão da Igreja é sempre a mesma: perpetuar a Palavra de Jesus e aumentar o número dos filhos que creem em Deus.

Estamos cientes de que ao longo dos mais de 2000 anos de Igreja, por muito tempo, a mulher era pouco valorizada, reproduzindo o que a sociedade fazia com as mulheres. Maria foi, sem dúvida, uma das poucas que conseguiu romper com esses preconceitos. Ainda jovem ficou noiva de José, um homem honesto e justo, bem mais velho do que ela. Como mulher casada viveu com seu marido os costumes da sociedade judaica, assimilando o desprezo em relação à mulher, mas sem desanimar diante da missão que Deus lhe confiara: ser a Mãe do seu filho predileto. Maria disse sim a Deus e assumiu as consequências dessa resposta: quantos momentos de angústia, sofrimentos, incertezas, mas tudo recompensado pela alegria da ressurreição.

Felizmente nos dias de hoje, a mulher tem cada vez mais ocupado espaços de destaque, tanto na sociedade como na Igreja. Aliás, na Igreja, a maior parte dos serviços leigos está nas mãos de mulheres, seja na catequese, liturgia, ministros da Eucaristia, pastorais sociais e de visitação; em grupos de jovens e grupos de oração, a maioria dos integrantes são mulheres. Como Maria, estas inúmeras mulheres fazem o papel de Nossa Senhora, levando a Palavra de Jesus aos que dela necessitam.

Dentro de nossas famílias normalmente é a Mãe que toma a iniciativa para ensinar aos filhos as primeiras palavras, dar os primeiros passos, a balbuciar as primeiras orações. É a Mãe que acompanha o filho na escola, na catequese, encoraja o primeiro emprego, ampara na tristeza, estimula ainda mais na alegria; a mãe deseja que seus filhos sejam autônomos e autênticos, para a construção de novas e santas famílias para o bem da Igreja e da sociedade. Normalmente, a pequena igreja doméstica é guiada pelas mães; quanto mais santas forem às famílias, mais santa será a sociedade. Quanto maior for o espaço da mãe na vida de seus filhos, menor será o índice de jovens vivendo sem perspectivas e sem objetivos na vida, convivendo em más companhias e terminando nas drogas, afastados do amor de Deus.

Mãe é mãe todos os dias; porém, no segundo domingo do mês de maio, há o costume de homenagear as mães com um dia especial, um dia diferenciado para lembranças, tanto para mães vivas como falecidas. Mais do que presentes, as mães querem carinho, atenção e a presença de seus filhos unidos em família. O desejo de cada mãe é ver seus filhos vivendo em paz em seus lares, aceitando-se em suas diferenças, ver seus filhos encaminhados na vida, trabalhando pelo bem da sociedade e construindo o Reino de Deus aqui na terra.

Tomado de: cnd.org.br

Deja una respuesta

Tu dirección de correo electrónico no será publicada. Los campos obligatorios están marcados con *